Odontopediatria
A Odontopediatria é a área da odontologia que tem por obrigação cuidar da gestante, do bebê e da criança. É a área onde se dá o primeiro contato da criança com o dentista.
A atuação do odontopediatra está direcionada para a prevenção, educação e motivação da saúde bucal do “pequeno” paciente e também sua mãe.
A orientação e acompanhamento da mãe é de fundamental importância na manutenção da saúde bucal, principalmente por ser um período de grandes mudanças alimentares e variações hormonais. Tais mudanças na dieta muitas vezes geram problemas gengivais, como inflamação das gengivas, e são errôneamente vinculados à gravidêz.
Mudanças fisiológicas e comportamentais são naturais durante a gravidez e a gestante se torna emocionalmente mais receptiva a adquirir bons hábitos.
A gestante deve ter acompanhamento profissional da sua saúde bucal e de sua nutrição. Cuidados como estes podem auxiliar muito nesta etapa da vida.
Infecções gengivais e problemas dentários podem gerar maiores problemas durante a gravidez. Sendo assim, buscar a saúde bucal é de fundamental importância neste período.
O cuidado que deve ser seguido é evitar atendimento odontológico durante o primeiro trimestre de gestação, contudo em casos de extrema necessidade o cirurgião-dentista irá realizar o atendimento com todos os cuidados necessários. Neste período é sábio evitar a exposição aos raios-x.
Estando fora dos três primeiros meses, a gestante pode tomar anestesia local com a indicação correta pelo cirurgião-dentista.
Os “dentes de leite” começam a se formar a partir da 6ª semana e os dentes permanentes, a partir do 5º mês de vida intra-uterina. Condições desfavoráveis durante a gestação como o uso de medicamentos, infecções, carências nutricionais etc, podem trazer problemas nos dentes em sua fase de formação.
A amamentação natural tem importante participação no desenvolvimento do aparelho mastigatório. Ao nascer os bebês já tem o ato instintivo de sugar.
A boca é o primeiro contato do bebê com o mundo exterior Sendo assim, a sucção no seio materno e os movimentos naturais durante a sucção são ótimos exercícios para a língua, músculos da boca.
Tais movimentos auxiliam no desenvolvimento dos maxilares e no futuro posicionamento dos dentes. O vínculo criado nesta etapa entre mãe e filho é muito importante no desenvolvimento psicológico do bebê.
O leite materno é o único e mais rico alimento nos primeiros 4 à 6 meses de vida do bebê. É rico em água, proteínas, sais minerais e vitamintas. Este leite já está na temperatura ideal e naturalmente “adoçado” pela lactose.
A amamentação artificial, quer seja por uso de mamadeiras ou de leite que não o leite materno, só deve ser adotato na impossibilidade de realizar a amamentação natural.
É recomendado o uso de mamadeiras que tenham o bico anatômico.
Uma doença comum neste período de amamentação é a cárie de mamadeira.
A cárie de mamadeira é uma doença que acomete os bebês e está relacionada principalmente à ingestão de líquidos açucarados durante a noite.
Após a amamentação, o leite fica estagnado na boca da criança e durante o sono a salivação da criança diminui.
Esses fatores, associados a uma higiene deficiente da boca, fazem com que a cárie se desenvolva muito rapidamente, causando grandes estragos nos dentes das crianças.
A higiene dos roletes gengivais do bebê e dos seus dentinhos deve ser realizada sempre após a alimentação. Dedal de silicone é uma boa ferramenta para a manutenção da saúde bucal da criança
O uso de chupetas é realizado com o intuito de deixar o bebê mais tranquilo. Desde o primeiro dia de vida percebemos que além da função nutritiva, a sucção também é uma fonte de prazer.
Como normalmente toda fonte de prazer gera estabilidade e relaxamento, o uso das chupetas é amplamente utilizado.
O recomentado é o uso de chupetas ortodônticas, contudo é bom evitar o uso das chupetas nos primeiros dias de vida para evitar confusão de bicos (seio materno x chupeta) e apresentar dificuldade para sugar seio materno.
Em comparação com a sucção do dedo da mão, geralmente polegares, as chupetas apresentam grande vantagem no momento de se desvincular do hábito, pois o dedo sempre estará a disposição, dificultando o abandono. Os cuidados para com a chupeta devem ser sempre prioritários. Manter a chupeta limpa não é fácil. Sendo assim o uso de prendedores para chupeta são interessantes. Sempre que cair no chão é sábio lavar a chupeta com água e sabão. A troca da chupeta também é importante pois com o uso, a silicone se torna gasta e favorece a proliferação bacteriana e a retenção de umidade (através de furos)
Os dentes decícuos, comumente chamados de dentes-de-leite, são os dentes presentes desde o período do nascimento até aos 6 anos de idade.
Os dentes-de-leite são em número de dez (10) na arcada superior e dez (10) na arcada inferior, totalizando 20 dentes decíduos (superiores e inferiores)
4 incisivos centrais;
4 incisivos laterais;
4 caninos;
4 primeiros molares decíduos;
4 segundos molares decícuos
Não temos pré-molares na dentição decídua. Estes dentes só existem na dentição adulta.
Como os dentes decíduos atravessam a gengiva para “nascer”, a criança fica inquieta e até irritada. Geralmente procuram alguma coisa para morder. Artefatos de silicone, como os massageadores, podem ser uma boa ajuda para apressar o rompimento da gengiva e aliviar o stress gerado nesta fase.
Como o hábito de levar à boca objetos é aumentado neste período, é comum a criança ficar mais sujeita a doenças e infecções. Muitas vezes estas infecções ou doenças levam a criança um estado febril.
A erupção (“nascimento”) dos primeiros dentes-de-leite são os incisivos centrais inferiores. Geralmente ocorre entre os 6 e 7 meses de idade. Ao ocorrer a amamentação no seio materno se torna dificultada, pois estes dentes machucam o seio com mais facilidade.
Após a erupção dos incisivos centrais inferiores, os incisivos centrais superiores nascem, seguidos dos incisivos laterais. As vezes algumas crianças já nascem com os incisivos centrais. Tais dentes são chamados de dentes neo-natais.
Os hábitos relacionados à saúde, quando estabelecidos na infância, são mantidos por toda a vida, por isso, quanto mais cedo o contato com o dentista, mais positiva será sua imagem, favorecendo a implantação das práticas odontológicas de forma rotineira, sem criar fobias na criança.
Aos quatro anos todos os dentes-de-leite já terão erupcionado e a dentição decídua estará completa. Neste período é comum o hábito de comer doces.
Devido a esta condição é muito comum o aparecimento de cáries dentárias.
O selamento de cicatrículas e fissuras com selantes ricos em flúor é comumente indicado neste etapa do desenvolvimento. Geralmente estes selantes duram em média 4 meses.
Aos seis anos de idade nasce o primeiro molar permanente e inicia-se a chamada dentição mista.
Vale ressaltar que o nascimento dos primeiros molares permanentes ocorre sem que caia um dente-de-leite. Isto se dá pois ele nasce me um local onde não há dente-de-leite.
Por muitas vezes tal condição leva aos pais crerem que o primeiro molar permanente também seja um dente-de-leite, contudo não é.
É comum tanto na dentição decídua quanto na dentição permanente a presença de espaços entre os dentes.
Tais espaços são chamados de diastemas e são gerados devido ao desenvolvimento dos maxilares.
Na dentição mista deve ser observado o desenvolvimento dentário e facial, pois neste período doenças oclusais e de formação são interceptadas pela ortodontia, favorecendo o tratamento e diminuido possíveis problemas na dentição permanente bem como do desenvolvimento facial.
É nesta etapa que a odontopediatria ganha ares da ortodontia e a criança inicia o seu processo para sua fase adulta conhecida como adolescência.
É neste período de trancisão e grande desenvolvimento facial o principal período em que as doenças ortodônticas se manifestam.
É também neste período que tais doenças são melhor tratadas. Devido a isto é que é tão comum a associação de aparelho ortodônticos fixos a imagem do adolescente com o famoso sorriso metálico.